A Biblioteca Municipal acolheu mais uma edição das ‘Tertúlias na Biblioteca’, desta vez dedicada ao tema “O Papel da Mulher no Estado Novo”.
Orientada por Manuel Igreja, historiador e escritor, que é presença assídua nesta iniciativa, a conversa abordou o papel feminino durante o regime ditatorial, criando uma ligação entre o passado e o presente.
“É essencial falarmos deste tema, pois a mulher sempre teve um papel mais importante do que a História lhe atribui”, destacou Manuel Igreja no final da tertúlia, sublinhando que “a mulher esteve sempre no centro, sem que ninguém a tenha colocado lá”.
O historiador ressaltou ainda que “a mulher foi o alicerce, o suporte do quotidiano, especialmente nas famílias mais pobres do Estado Novo”.
A interação do público superou as expectativas, tornando o evento num momento de reflexão. Para o escritor, a Tertúlia conseguiu levar as pessoas a "identificar situações que, no fundo, já conheciam".
Rogério Azevedo, frequentador habitual das ‘Tertúlias na Biblioteca’, destacou a importância do tema, salientando que “mesmo no século em que vivemos, as mulheres ainda são discriminadas em relação aos homens. Os direitos deviam ser iguais para todos”.
“Estas tertúlias são uma excelente forma de fomentar a cumplicidade entre as pessoas, permitindo que discutam temas de forma participativa e aprendam umas com as outras", afirmou ainda Rogério Azevedo, expressando a intenção de continuar a participar em futuras conversas.
Deolinda Martins, também presente, frisou que “é fundamental relembrarmos o papel da mulher no Estado Novo, porque a nossa memória coletiva peca um pouco pelo esquecimento”.
O principal objetivo da iniciativa foi promover a reflexão sobre a realidade das mulheres da época, estimulando os presentes a pensar profundamente sobre o tema. "Eu era criança e percebia algumas situações de injustiça e discriminação, e foi interessante ouvir factos reais e perceber como o mundo mudou", acrescentou Deolinda.
“Esta iniciativa obriga-nos a parar e a refletir”, concluiu, encerrando uma conversa descontraída que se desenrolou entre os livros da Biblioteca Municipal, os vinhos da Adega Cooperativa de Mesão Frio e o Biscoito de Vila Marim.
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