






















































Para assinalar os 51 anos da Revolução de Abril, a Câmara Municipal de Mesão Frio preparou um programa comemorativo alargado, com várias iniciativas distintas. Entre os destaques, encontram-se a inauguração da exposição de artes plásticas “Os Rostos da Democracia”, o concerto popular “Guitarra e Voz: Canções de Abril” e a Sessão Solene Evocativa. A apresentação da peça de Teatro “Contar e Cantar Abril”, a ter lugar no próximo dia 3 de maio, fechará as celebrações.
As comemorações oficiais do 25 de Abril tiveram início com o hastear da bandeira nos Paços do Concelho, seguido de uma romagem popular ao Monumento dos Ex-Combatentes, onde foi prestada homenagem com a deposição de uma coroa de cravos.
O ponto alto decorreu no Auditório Municipal, com intervenções oficiais do presidente da Assembleia Municipal, do vice-presidente da Câmara Municipal e dos representantes das forças políticas eleitas para a Assembleia Municipal. Paulo Silva, Presidente da Câmara Municipal, por se encontrar na Expo Osaka, no Japão, em representação da Comunidade Intermunicipal do Douro, não pôde estar fisicamente presente, mas deixou uma mensagem gravada à assembleia que se constituiu no Auditório.
Na sua comunicação, o autarca lamentou a ausência numa data que considerou “tão simbólica e importante”, explicando que se encontrava “a apresentar ao mundo inteiro as incríveis potencialidades dos 19 municípios deste território a possíveis investidores”.
“Com a participação de Portugal neste evento de escala mundial, não podíamos desperdiçar esta oportunidade única para dar a conhecer o nosso Douro como uma região singular, quer no contexto nacional, quer internacional. Com isso, promovemos também Mesão Frio, as nossas gentes e, claro, os nossos produtos de excelência”, afirmou. “Mesmo estando longe da vista, sinto-me muito perto de todos os mesão-frienses que, tal como eu, têm esta decisiva data da nossa História cravada a ferro no coração! O 25 de Abril de 1974 trouxe-nos tudo o que não queremos perder nestes tempos de provação do nosso sistema político: Liberdade fraterna e Democracia para todos”, acrescentou ainda.
A cerimónia contou ainda com intervenções do vice-presidente da Câmara Municipal, Fernando Correia; do presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva; do representante do Partido Socialista, Pedro Poças; do representante do PPD/PSD – CDS e atual Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim e do representante do Movimento Mais Mesão Frio, Carlos Miranda.
Fernando Correia aproveitou o momento para homenagear “todos os homens e mulheres que, com coragem e risco de vida, guiados por um sonho, fizeram o 25 de Abril acontecer”. Recordou com particular apreço o conterrâneo Arlindo Ferreira, cuja memória permanece viva entre os mesão-frienses, bem como todos os Capitães de Abril, que “serão sempre recordados”.
“Hoje evocamos esta memória histórica com a responsabilidade de a transmitir às novas gerações. Celebramos a Liberdade construída em conjunto e a Democracia conquistada, que queremos ver fortalecida no futuro dos nossos jovens”, afirmou.
Durante o seu discurso, o vice-presidente evocou ainda os valores do Papa Francisco, destacando a Fraternidade como ponto de ligação entre a mensagem do Papa e os ideais de Abril: “Fraternidade: uma das palavras mais repetidas pelo Papa e também uma das palavras-chave da canção que serviu de senha para os Capitães de Abril deixarem os quartéis em direção à deposição do regime ditatorial”, sublinhou.
Também o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva, dirigiu algumas palavras aos presentes, referindo que “apesar do luto nacional decretado pelo Governo, esta celebração e esta breve e modesta intervenção, é igualmente uma forma de enaltecer e honrar o legado espiritual que nos foi deixado”.
“Como sabemos, o Papa Francisco escolheu ser diferente: humilde, dialogante, fraterno, solidário e inclusivo - valores que também inspiraram o 25 de Abril”, frisou. “Hoje, mais do que nunca, precisamos de um novo Abril - um Abril que se renove todos os dias nas Escolas, nos Hospitais, nos bairros, nas redes de apoio, nas nossas casas e na escuta ativa de quem mais precisa”, concluiu.
A sessão contou ainda com um momento musical protagonizado por Rui Fernandes, músico dedicado à preservação e divulgação da tradicional viola amarantina. As músicas interpretadas serviram para evocar o centenário do nascimento do guitarrista Carlos Paredes, figura artística maior no panorama português e internacional e reconhecido resistente anti-fascista.
O programa comemorativo encerra no próximo dia 3 de maio, às 21h30, com a apresentação da peça de teatro “Contar e Cantar Abril” no Auditório Municipal, pela Companhia Filandorra – Teatro do Nordeste.